Resgate coletivo e justiça divina

Objetivo:
Refletir sobre a justiça divina, tendo como foco os resgates coletivos.

Conteúdo:

  • Ação e Reação. capítulo 18. Dívida expirante
  • Obras Póstumas. As expiações coletivas. Espírito Clélia Duplantier 
  • O Livro dos Espíritos. FLAGELOS DESTRUIDORES. Questões 737 até 741
  • O Livro dos Espíritos. JUSTIÇA DA REENCARNAÇÃO. Questão 171
  • ESE. Capítulo V – Bem-aventurados os aflitos. Justiça das aflições: 1 a 3 /  Motivos de resignação: 12 e 13 /  A desgraça real: 24 / Provas voluntárias
  • Cartas e crônicas. Irmão X: INCÊNDIO NO CIRCO, LEI DE RETORNO


Atividade:
- Espalhar pela sala notícias de desastres: avião chapecoense, tiroteio em Las Vegas, Terremoto México, Circo de Niterói
- Perguntar: Por que essas coisas acontecem? Deus é punitivo?
- Pedir que pesquisem a resposta dessa pergunta nos livros disponibilizados.

- Conversar sobre justiça divina e os resgates coletivos:
Por força da Lei de Ação e Reação, cada um de nós sofre individualmente as consequências dos erros praticados nesta vida ou em encarnações passadas. É a chamada lei de retorno, o carma dos indianos. Acontece que a Lei de Ação e Reação incide simultaneamente tanto sobre o indivíduo, que recebe de volta o mesmo mal praticado, quanto sobre uma “individualidade coletiva”. Esta individualidade pode ser, por exemplo, uma quadrilha de marginais ou uma tripulação de um navio pirata que praticou os mesmos crimes. Porém, os membros destes grupos criminosos, reencontrando-se em nova reencarnação, juntos resgatam coletivamente o mal que fizeram.
A reparação dos erros praticados por uma família ou por certo número de pessoas é também solidária, isto é, os mesmos espíritos que erraram juntos reúnem-se para reparar suas faltas. A lei de ação e reação, nesse caso, que age sobre o indivíduo, é a mesma que age sobre a família, a nação, as raças, enfim, o conjunto de habitantes dos mundos, os quais formam individualidades coletivas. => Espírito Clélia Duplantier no livro Obras Póstumas.
Certo dia, quando Chico Xavier, no Rio de Janeiro visitava o confrade Jorge Gaio, em sua residência, ouvi alguém perguntar-lhe qual seria a causa do Holocausto, no qual desencarnaram milhares de irmãos Judeus. Chico Xavier esclareceu que quando Pilatos apresentou à multidão Jesus e Barrabás para a libertação de um deles, recebeu como resposta da multidão que libertasse o criminoso Barrabás e crucificasse Jesus.  Nesse momento, Pilatos volta a perguntar aos judeus reunidos, sabendo da inocência de Jesus: “E o que eu faço com o sangue desse justo?” E a multidão respondeu: “Que o sangue desse justo caia sobre nós”. Após esses esclarecimentos, acrescentou Chico Xavier: “e esse sangue continua caindo até hoje...”.

As chamadas “coincidências”, somadas ao pensamento lógico Espírita, através da Lei da Reencarnação, mostram que o passado culposo pode, sim, ter tido sua reparação agora, pois a prática do mal nunca fica impune.

"As mortes coletivas acontecem por fenômenos cármicos, decorrência natural da lei de causalidade. Aqueles que coletivamente feriram, magoaram, agrediram, desrespeitaram, as leis de uma ou de outra forma, encontram-se nas sucessivas jornadas da reencarnação para coletivamente resgatarem os crimes perpetuados." Mas, "o amor cobre multidão de débitos", ou seja, os que se dedicam ao Bem, à caridade, ao amor ao próximo, podem mudar seu carma. Como explica Divaldo: "Aqueles que individualmente se acham renovados pelo processo da renovação moral, aqueles que conseguiram romper as amarras do grupo, pelo Bem que fizeram, naturalmente minimizaram as conseqüências do Mal que realizaram, e muitas vezes são poupados, estão excluídos do débito coletivo pelo Bem que individualmente fizeram. Muitas vezes, num acidente aéreo, uma pessoa escapa; outro chega ao balcão do aeroporto e acaba de perder o vôo. Mas aquele “perder” de um vôo foi o “ganhar” da existência planetária; num acidente alguém consegue sobreviver."


Exemplo 1:
Capítulo 18 do livro Ação e Reação: o espírito André Luiz relata o socorro prestado por uma equipe de benfeitores espirituais a quatorze espíritos de passageiros e tripulantes  desencarnados na queda de um avião, ao bater numa montanha. Nesse capítulo, André Luiz esclarece que piratas, agora encarnados em outros corpos, morrem coletivamente nos acidentes aéreos por terem eliminado criminosamente muitas vidas preciosas em pleno mar, afundando embarcações indefesas a fim de roubar suas cargas valiosas
Entre os que desencarnam em tais desastres, também estão incluídos os que, em vidas anteriores, atiraram pessoas indefesas do alto de torres para que se espatifassem no chão. Além deles, os suicidas que se jogaram de altos edifícios ou montanhas, em supremo atestado de rebeldia contra as Leis Soberanas de Deus.


Exemplo 2:  INCÊNDIO NO CIRCO, LEI DE RETORNO
No ano 177 da nossa era, na cidade de Lion, nas Gálias Francesas o "Concilium" estava abarrotado de gente. Não se tratava de nenhuma das assembléias tradicionais, junto ao altar do imperador, e sim de compacto ajuntamento. Marco Aurélio reinava, piedoso, e, embora não houvesse ordenado nenhuma perseguição aos cristãos, permitia que se aplicassem, com o máximo rigor, todas as leis existentes contra eles. A matança, por isso, perdurava terrível. Ninguém examinava necessidades ou condições. Mulheres e crianças, velhos e doentes, tanto quanto homens válidos e personalidades prestigiosas, que se declarassem fiéis ao Nazareno, eram detidos, torturados e eliminados sumariamente. Os cristãos de Lion eram sacrificados no lar ou barbaramente espancados no campo. Os desfavorecidos da fortuna, inclusive grande massa de escravos, eram entregues às feras em espetáculos públicos. Quando as feras pareciam entorpecidas, após massacrarem milhares de vítimas, nas mandíbulas sanguissedentas, inventavam-se tormentos novos. Mais de vinte mil pessoas já haviam sido mortas.
Naquele ano de 177 a que nos referimos, a noite caía célere e a multidão se acotovelava para decidir quanto ao espetáculo que ofereceriam a Lúcio Galo, famoso cabo de guerra que visitaria Lion no dia seguinte. Imaginaram-se, para logo, comemorações a caráter. Álcio Plancus dirigia a reunião programando os festejos. Tocado pelo vinho abundante, Álcio convocava a assembléia para que o ajudasse a pensar num espetáculo diferente, à altura do visitante.
Um gritava:
- A equipe de dançarinas nunca esteve melhor..
Outro lembrava:
- Providenciaremos uma briga de touros selvagens.
- Excelente lembrança! - Falou Álcio em voz mais alta mas, em consideração ao visitante, é preciso acrescentar alguma novidade que Roma não conheça... Cristãos às feras já não constitui novidade. É preciso algo novo.
E o próprio Álcio apresentou um plano distinto:
- Poderíamos reunir, nesta noite, aproximadamente 1000 mulheres e crianças cristãs, guardando-as no cárcere... E, amanhã, coroando as homenagens, ofereceremos um espetáculo inédito. Nós as colocaremos na arena, molhada com resina inflamável e devidamente cercada de farpas embebidas em óleo, deixando apenas passagem para os mais fortes. Depois de mostradas festivamente ao público, incendiaremos toda a área e soltaremos sobre elas os velhos cavalos que não sirvam mais para os nossos jogos. Realmente, as chamas e as patas dos animais formarão um espetáculo inédito.
- Muito bem! Muito bem! - Rugiu a multidão de ponta a ponta do átrio.

Durante a noite inteira, mais de mil pessoas, ávidas de crueldade, vasculharam residências humildes e, no dia subseqüente, ao sol vivo da tarde, largas filas de mulheres e criancinhas, em gritos e lágrimas, no fim de soberbo espetáculo, encontraram a morte, queimadas nas chamas, ou despedaçadas pelas patas dos cavalos em correria...
Quase 18 séculos passaram sobre o tenebroso acontecimento...
Entretanto, a justiça da lei, através da reencarnação, reuniu todos os responsáveis, que, em diversas posições de idade física, se aproximaram de novo para dolorosa expiação, no dia 17 de dezembro de 1961, na cidade brasileira de Niterói-RJ, em comovedora tragédia num circo.

Do livro CARTAS E CRÔNICAS – Feb Editora. Pelo Espírito: Irmão X. Psicografia de Chico Xavier

OBSERVAÇÃO: No dia 17 de dezembro de 1961 acontecia, em Niterói, a maior tragédia circense da história e o pior incêndio com vítimas do Brasil. Mais de 3 mil espectadores, a maioria crianças, lotavam a matinê do Gran Circo Norte-Americano, anunciado como o mais famoso da América Latina, quando a trapezista Antonietta Stevanovich deu o alerta de “fogo!”.
Em menos de dez minutos, as chamas devoraram a lona, justamente no momento em que o principal hospital da região se encontrava fechado por falta de condições.
O prefeito da cidade estabeleceu em 503 o número oficial de mortos, mas a contabilidade real nunca será conhecida

Nenhum comentário:

Postar um comentário